A Pandemia trará muitos prejuízos. O que podemos fazer para tentar minimizar isso?
As Sociedades de Cardiologia ao redor do mundo têm percebido uma queda expressiva no número de casos de Infarto e de AVC atendidos nas salas de emergências, ao mesmo tempo que os serviços de resgates, nestes mesmos países, têm feito muito mais atendimentos por morte súbita domiciliar. Isso vem fortalecer os dados que estão resumidos neste gráfico acima, de autor desconhecido, que está circulando pela internet.
Ao longo do tempo muitos serão os reflexos negativos que sentiremos com a pandemia do Covid-19.
Inicialmente os prejuízos se farão pela ação direta do vírus que causará mortes e sequelas em muitas pessoas, prejudicando a produtividade dos países, abrindo feridas enormes nos sistemas de saúde, mostrando suas fragilidades, não apenas nos mercados mais pobres, mas também nas grandes potências, não perdoando qualquer classe social e ferindo de forma irreparável os mais fragilizados e menos abastados, como sempre.
Durante todo o período mais intenso da pandemia, observaremos, como já estamos notando, um desaparecimento dos casos emergentes de outras patologias, aumentando exponencialmente o número de casos de mortes em residências ou aqueles que chegam ao hospital em fase final, simplesmente porque confundiram seus sintomas ou não procuraram os pronto-atendimentos com medo da contaminação.
Ao final da pandemia retornarão aos nossos consultórios aqueles pacientes portadores de condições crônicas, com seus quadros mais descompensados, pela falta de controle, pelo abuso da dieta, pela descontinuidade da rotina de atividade física, ou seja, simplesmente porque não os vimos com a frequência que eles necessitavam. Alguns se recuperarão rapidamente, uns necessitarão de maiores esforços clínicos, com maiores gastos dos Sistema, porém outros, infelizmente, não conseguirão se recuperar, apesar de tudo.
Paralelamente, e não menos importante, teremos uma nuvem indelével de injúrias psicológicas, mentais, sociais e econômicas que afetarão toda a sociedade, inclusive os profissionais de saúde, que trabalharam lutando contra o inimigo invisível e esta levará anos, sendo que para alguns marcarão suas vidas para sempre.
As saídas parecem ser:
· Investir fortemente em todas as formas possíveis e inimagináveis para se evitar a transmissibilidade;
· Tentar diminuir o tempo e a intensidade da primeira onda, ou seja, amenizar os primeiros estragos;
· Proteger as pessoas, principalmente os de maiores riscos;
· Orientar a população, diminuindo fake news , oferecendo informações verdadeiras e isentas de conflitos de interesses;
· Oferecer agilidade no diagnóstico da Covid-19 e de todas as outras doenças;
· Usar e abusar da tecnologia, como teleconsultas, tele-exames, tele-dúvidas, tele-acompanhamento, geo-localização e etc, para criarmos mecanismos de aproximação com os pacientes, acolhendo-os e oferecendo segurança;
· Mudar o mindset da população e dos profissionais de saúde em relação ao ato de cuidar de si e de todos;
· Otimizar o uso dos recursos;
· Investir em saúde e educação como premissas básicas da sociedade;
· Descentralizar a assistência como um todo, com canais de referenciamento tanto público como privado;
Para isso, precisamos estar juntos, unidos e sem outros interesses que não sejam o bem comum.
MBA | Store Manager at Oakberry | Experienced RN Specialized in Cardiology & Hemodynamics | Passionate about leadership and Patient Care Innovation.
4 aPerfeito!
Biomédica / Account Executive / Executiva de Vendas e Marketing
4 aBrilhante leitura, Dr Hélio !! Acredito que os investimentos para equilibrar a pandemia e a economia ainda estão em desacordo com o que deveria ser proposto. Envolve interesses dos setores políticos, e infelizmente muito se deixa a desejar. Nos resta fazer a nossa parte, cuidar de todos os que pudermos, e vibrar por dias melhores. Que sejam feitas as melhores escolhas.
Medical Affairs Executive Novartis | Medical Graduation Coordinator Nove de Julho University I Cardiologist l PhD l MBA l
4 aExcelente!