Tempos modernos e sabedorias do passado na COVID-19
Lamento profundamente que no dia 19 de junho de 2020 o Brasil contabiliza a marca de mais de 1 milhão de pessoas infectadas pelo novo coronavírus, após 114 dias do primeiro caso oficialmente registrado em nosso País.
Hoje sabemos também que o vírus avança pelo interior e atinge 85% das cidades brasileiras.
O fato é que, de forma efetiva, o distanciamento social e o cuidado com a higiene pessoal evitam o contágio e o uso da máscara acrescenta proteção pois cria um meio de barreira frente a transmissão.
Somando-se a essa constatação, temos a taxa de letalidade que é alta nos grupos de risco, ou seja, nos idosos e nos indivíduos com comorbidades, principalmente hipertensão arterial sistêmica mal controlada, diabetes mal controlada, obesidade, tabagismo e cardiopatia.
Por outro lado, indivíduos com menos de 20 anos são mais resistentes ao vírus e quando estes jovens são acometidos apenas 20% apresentam sintomatologia, embora todos possam transmitir a doença. Enquanto, 70% dos indivíduos acometidos com mais de 70 anos são sintomáticos.
Como o Brasil tem dimensões continentais, a grande novidade que poderá contribuir para a busca do paciente com COVID-19 é a identificação da voz, por meio da análise da fala, detectar os pacientes com insuficiência respiratória ao telefone ou na frente da tela de um computador e indicar a urgência de procurar a assistência médica, segundo o projeto Spira que está sendo desenvolvido por pesquisadores da FMUSP apoiados pela FAPESP.
São tempos modernos aliados aos modelos matemáticos que constroem evidências que nos auxiliam no enfrentamento desta pandemia.
Fonte: O Estado de São Paulo, 20 de junho de 2020.
Por: Maria Carolina Pestana de Andrade do Nascimento - Doutora em Ciências na área de Endocrinologia pela FMUSP - Coordenadora Médica e Assessora Técnica na Secretaria Municipal de Saúde de Santo André.
E-mail: mcpanascimento@santoandre.sp.gov.br / contato@carolinanascimento.com.br