Qual o valor dos líderes?

Qual o valor dos líderes?

Conectar propósito e evoluir na comunicação humana. Viver o propósito e os valores tem sido um comportamento diário, mesmo que redesenhados nesse momento de crise, para que organizações encontrem caminhos que tragam mais significado para suas atitudes. É preciso presença ativa e intensa. 


Líderes criam ambientes no qual as pessoas são confidentes para expressarem suas opiniões. Por exemplo, não estou compreendendo, sinto dificuldade em entender essa tarefa, e essas revelações demonstram que o time pode confiar e demonstrar suas dificuldades e que recebem orientação do líder a fim de solucionar a situação de desconforto que vivem naquele momento. Esse exercício de liderança torna os times mais conectados, preparados para exporem seus problemas e a partir dessa discussão evoluírem a fim de solucioná-los.

Fernandez & Shaw (2020), enfatizam o empoderamento, o envolvimento e a colaboração no exercício da liderança servidora, colocando os interesses dos outros acima dos seus. Os autores sugerem a distribuição das responsabilidades da liderança junto aos seus times para formar rede de equipes nas organizações. Assim há qualidade nos processos de tomada de decisão e na resolução de crises; em uma comunicação de forma clara, assertiva e frequente. Ressalta-se que os canais são instrumentos e não articuladores dos processos, sendo fundamental para tal, o exercício da comunicação “face a face”.  

Cabe as lideranças criarem ambientes o mais seguro possível e que privilegie o bem-estar, inspire cuidados e promova a proximidade. Cita-se:

·      Transparência é fundamental, fale a verdade, leve segurança;

·      Circule, mantendo o distanciamento social, para conversar com seus liderados, se on-line aproxime o time em conversas virtuais;

·      Esteja próximo, mostrando a vulnerabilidade desse momento, mas aprendendo a enfrentar juntos;

·      Pergunte se seu funcionário tem o que precisa para desenvolver o trabalho e encontrar razão para tal;

·      Exercite a empatia, vá além de se colocar no lugar do outro, promovendo experiências no dia a dia;

·      Estimule o senso de propriedade e o orgulho de pertencer;

·      Demonstre confiança junto à equipe e outros setores da empresa;

·      Reveja o pensar e o executar em conjunto com a equipe, fazendo follow up e feedback ativo e intenso;

·      Zele pelos relacionamentos, ouvindo mais, reorganizando em times menores para proximidade e tomada de decisões onde todos, tem voz;

·      Enfatize a atitude flexível e criativa, seja no local de trabalho ou virtualmente, mantendo as redes conectadas;

·      Reimagine e vá além, como novo desafio para seu crescimento e de suas equipes;

·      É importante refletir com a equipe como será “daqui para frente”, pois as decisões certamente não serão mais unilaterais.

 

A comunicação humana é e sempre será mobilizadora de relacionamentos duradouros e que valem serem vivenciados. É preciso haver propósito, conexão, entrega para que os ambientes organizacionais sejam espaços de criatividade e discursos genuínos. Atitudes que engajam revelam a construção de significados entre lideranças e seus times. Mais do que isso, esses grupos formam redes de conexão ao trocarem opiniões, construírem coletivamente entendendo que o maior valor não é de uma ou outra pessoa, uma ou outra área e sim, da organização como um todo. Este olhar ampliado, coletivo só se manifesta quando o conjunto compreende o propósito.

A palavra de ordem é humanizar os relacionamentos, seja no off-line ou online. Lastros de relacionamento conectam, “cultura é a cola” que deixa marcas com significado.

Esse sentimento coletivo de estarmos todos juntos no enfrentamento dessa pandemia traz um senso de colaboração e engajamento mais intenso, que precisa ser nutrido pelas lideranças. Times menores, facilitam a troca e a proximidade, e podem ser mais colaborativos e engajados, seja no trabalho remoto ou presencial.

Essa nova arquitetura da comunicação interna requer proximidade e diálogo em todos os níveis e instancias de decisão e certamente será naturalmente presente nos relacionamentos institucionais das organizações. 


Essa reflexão faz parte de artigo a ser publicado em breve.

Ana Paula Couto

Gerente Geral no Conselho de Arquitetura e Urbanismo da Bahia. Mestranda PPGNEIM-UFBA. Especialista em Comunicação Estratégica. MBA em Liderança e Desenvolvimento Humano. Administradora.

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Texto preciso em tempos tão incertos.

Taís Roos Matte Duhatschek

Inteligência mercadológica, marketing, gestão de marcas e produtos

4 a

Excelentes dicas Marlene.

Anderson de Souza Sant'Anna

Professor at FGV-EAESP I Researcher at NEOP FGV-EAESP I AOM-MED Ambassador I Postdoctoral Fellow in the Psychiatry Graduate Program at USP

4 a

👏👏👏👏👏

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