Nova taxação de Trump pode custar caro ao Brasil

Nova taxação de Trump pode custar caro ao Brasil

Janeiro trouxe a menor inflação para o mês em três décadas, mas o mercado não comemorou tanto assim.

Nos EUA, Trump continuou o jogo com as tarifas sobre aço e alumínio, e o impacto para as empresas brasileiras pode ser maior do que parece. 

Quem sai no prejuízo? Quem se dá bem? 

A resposta você encontra nesta edição da Semana Corrida. É só continuar a leitura. 

DEU O QUE FALAR

📉 IPCA tem menor alta para janeiro desde 1994

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu 0,16% em janeiro, a menor variação para o mês desde o início do Plano Real, em 1994. 

O índice mede a variação de preços de um conjunto de produtos e serviços comercializados no varejo, referentes ao consumo pessoal das famílias.

O IPCA ficou abaixo dos 0,52% registrados em dezembro, reduzindo o acumulado em 12 meses para 4,56%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O resultado ficou levemente acima das projeções do mercado, que esperava um avanço de 0,14%, com um acumulado de 4,57% em 12 meses.

A conta de luz aliviou o índice

O grande destaque do mês foi a queda de 14,21% na energia elétrica residencial, que teve o maior impacto negativo sobre o IPCA de janeiro.

Essa redução se deve à aplicação do Bônus de Itaipu, que gerou descontos nas contas de luz.


⚙️ Trump impõe tarifas de 25% sobre aço e alumínio

O presidente dos EUA, Donald Trump, assinou na segunda-feira (10) um decreto que impõe tarifas de 25% sobre todas as importações de aço e alumínio.

A medida faz parte de uma estratégia para fortalecer a indústria siderúrgica do país e reduzir a dependência de fornecedores estrangeiros.

Os Estados Unidos não podem depender de outros países para setores essenciais como aço e alumínio”, declarou o assessor de comércio da Casa Branca, Peter Navarro.

China é o verdadeiro alvo da taxação

Embora a nova tarifa afete diversos países exportadores, o grande alvo da medida é a China, maior produtora de aço do mundo. 

Com uma produção que supera a do restante do planeta somado, os chineses têm inundado os mercados globais com aço barato, muitas vezes vendido até 20% abaixo do custo de produção.


🇧🇷 Brasil também está na mira da taxação dos EUA

Essa decisão também pode afetar diretamente a economia brasileira. 

Os EUA são o principal destino das exportações brasileiras de ferro e aço, e o segundo maior comprador de alumínio.

Em 2024, o Brasil vendeu US$ 6,37 bilhões desses produtos para os EUA, representando 40,8% de toda a exportação nacional do setor.

Com as novas tarifas, as empresas brasileiras do setor podem sentir impactos diferentes, de acordo com um relatório do Itaú BBA:

  • Mais afetadas: Multinacionais com forte presença no Brasil, como ArcelorMittal e Ternium, devem ser as mais impactadas, já que dependem significativamente das exportações.
  • Menos afetadas: Gerdau, Usiminas e CSN devem sofrer menos, pois suas vendas externas não são o foco principal dos negócios.
  • Possível beneficiada: A Gerdau pode até se favorecer da medida, já que parte significativa de sua produção acontece nos próprios EUA, reduzindo os impactos da taxação.

Especialistas acreditam que ainda é cedo para medir os efeitos da decisão, já que as tarifas só entram em vigor em março e negociações podem ocorrer até lá.

Dependendo da resposta do setor, as empresas brasileiras podem buscar novos mercados para reduzir os impactos da taxação.


IA EM FOCO

🤖 Big techs devem investir US$ 320 bilhões em IA neste ano

Amazon, Microsoft, Google e Meta devem investir, juntas, US$ 320 bilhões em IA em 2025, ampliando esforços para data centers, aquisição de chips e expansão da computação em nuvem.

O valor representa um salto significativo em relação aos US$ 246 bilhões gastos em 2024.

A movimentação, no entanto, vai contra a crescente preocupação do mercado sobre o retorno desses investimentos.

O receio é que os gastos elevados não se traduzam em lucro, especialmente após a chinesa DeepSeek apresentar um modelo de IA eficiente usando chips antigos da Nvidia.

Os executivos das Big Techs tentam acalmar os investidores, apostando na tese de que a IA mais acessível impulsionará a demanda. 

E quanto cada uma investirá?

  • Amazon: Lidera os investimentos, com US$ 100 bilhões focados na expansão da AWS;
  • Google: US$ 75 bilhões, mas ainda enfrenta desconfiança dos investidores que não veem um modelo de monetização claro para seus produtos;
  • Microsoft: US$ 80 bilhões, com sua unidade de IA já gerando US$ 13 bilhões em receita anual;
  • Meta: Entre US$ 60 bilhões e US$ 65 bilhões.


🚗 BYD aposta na tecnologia do DeepSeek

A gigante chinesa de veículos elétricos BYD viu suas ações atingirem um recorde histórico nesta semana na bolsa de Hong Kong. 

O resultado foi impulsionado pelo anúncio de uma nova estratégia focada em tecnologia de assistência à direção.

Com a ajuda da startup de inteligência artificial DeepSeek, a montadora deixou para trás sua postura cautelosa sobre direção autônoma e agora aposta pesado nessa inovação.

Impulsionando a IA nos veículos

A inteligência artificial da DeepSeek será integrada à versão mais avançada do sistema de assistência à direção.

Essa tecnologia combina software, IA, câmeras e sensores para ajudar no controle do veículo, reduzindo a necessidade de intervenção humana.

Mais de 20 novos modelos da BYD já estão equipados com o novo sistema, mas a montadora ainda não revelou planos sobre a disponibilidade da tecnologia no mercado global.


ROUBOU A CENA

🍝 Eles perderam o direito à marca, mas continuam operando

O Eataly Brasil está no centro de uma disputa judicial e, por enquanto, não pode usar a marca na loja em São Paulo.

A decisão veio de um processo de arbitragem, ou seja, um julgamento conduzido por um tribunal arbitral fora da Justiça comum, envolvendo a empresa italiana que detém os direitos globais da marca, mas ainda não é definitiva.

Nos últimos dias, o letreiro foi retirado da fachada e o site e redes sociais da marca no Brasil saíram do ar.

Mesmo sem a identidade visual, o mercado gastronômico continua operando normalmente, incluindo seus restaurantes.

Reestruturação e novos investimentos

O Eataly Brasil segue implementando mudanças para equilibrar as contas e atrair mais clientes, apesar das incertezas.

No terceiro trimestre de 2024, a empresa atingiu o breakeven (momento em que os ganhos de uma empresa se igualam aos custos), com faturamento mensal de R$ 5 milhões – ainda abaixo da média histórica de R$ 10 milhões.

O futuro da operação depende da resolução do impasse judicial, mas a empresa segue buscando alternativas para manter as portas abertas.


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