Evolução do sistema bancário em Moçambique e os seus desafios

A melhoria da oferta dos serviços financeiros para a grande maioria da população moçambicana constitui um dos principais desafios da inclusão financeira no país. A ampliação do acesso aos serviços financeiros gera impactos positivos na vida da população, em particular as de baixo rendimento. Após a independência, a economia de Moçambique começou a apresentar uma desaceleração dos seus níveis de crescimento económico devido à baixa rentabilidade e produtividade dos vários sectores. As guerras antes e depois da independência aliadas aos actos de sabotagem verificados pelo regime colonial e pelo regime do apartheid foram factores que contribuíram para o crescimento económico tardio do país, e estes factos reflectiram-se no desenvolvimento do sistema financeiro nacional. Para fazer face a esta situação, Moçambique passou por vários estágios de reestruturação da economia desde a passagem de uma economia centralmente planificada a uma economia de mercado, tendo o sistema financeiro acompanhado este processo, através da adopção de políticas que visavam a dinamização deste sector com o intuito de estimular o crescimento económico.

Portanto, um sistema financeiro inclusivo é capaz de gerar mais poupança e financiar o investimento de forma mais eficiente, criando condições para acelerar o crescimento económico e reduzir as desigualdades sociais, contribuindo para uma gestão mais eficiente do orçamento familiar e, para a diminuição do recurso ao sector informal de prestação de serviços financeiros, não regulamentados e não supervisionados. Os consumidores cientes da natureza e dos riscos dos produtos e serviços financeiros são capazes de tomar decisões mais adequadas ao seu perfil de risco e aos seus objectivos contribuindo para a eficiência e estabilidade do sistema financeiro.